Conheça meu livro que conta a história de Ourém do Pará:

http://www.overmundo.com.br/banco/oureana-de-alem-mar-ourem-terra-de-moura

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ESCOLAS DE FUTEBOL INVERTIDAS

ESCOLAS DE FUTEBOL INVERTIDAS-Arlindo Matos(19-12-11)

O esporte mais popular no Brasil é o “esporte bretão”, ou simplesmente futebol(isso todo mundo sabe por aqui)... O que precisamos entender e isso vale para qualquer diagnóstico futebolístico, é que este esporte ganhou taticamente várias maneiras de se praticar dentro das mesmas regras estabelecidas pela International Board no mundo afora, e por isso é comum os noticiários esportivos falarem da escola européia, americana, africana e até asiática com suas respectivas peculiaridades. Muitos treinadores de futebol viraram celebridades em seus domínios e até fora dele por vários fatores que lhes permitem o emprego de táticas aliadas a parte atlética e psicológica de seus pupilos, traduzindo ou especulando-se que o resultado vitorioso de uma equipe provém de um comando técnico que reúne melhor a execução harmônica desses tais fatores. Eventualmente pode até não funcionar e um trabalho teoricamente vitorioso pode cair diante de um trabalho plenamente amadorístico, mas isto seria apenas um acidente. Medir forças em competições é o que fazem os clubes de futebol em suas temporadas e as mudanças ou ratificações regulares dos campeões vão formando o perfil de determinadas escolas praticada em suas respectivas áreas de atuação. O futebol europeu sempre tido como duro de cintura, sacou que o sulamericano com bastante cintura e improviso poderia ser copiado, mesmo que por um preço astronômico, como um frankenstein, ajustando aqui e ali e aos poucos os importados foram dando nova cara àquele outrora futebol sisudo. Inglaterra à parte, a Europa tem outra fotografia tática na Itália, França, Portugal, Alemanha e principalmente no rico futebol Espanhol. Claramente o futebol sul-americano contagiou positivamente o velho continente, em contra-partida fomos, isto é fato no Brasil, contagiado pelo robótico futebol tradicional da monarquia européia. Tudo o que a geração Pelé construiu até o Flamengo de Zico e o “overlapping” da teoria de Cláudio Coutinho foi-se esvaindo com a metodologia parreiriana personalizada na interminável “era Dunga”, que vinha de Lazzaroni, e conseqüentemente obteve a aderência de quase todos os treinadores de ponta do Brasil, inclusive do atual comandante da Seleção, Mano Menezes, que a exemplo de seu antecessor, o próprio Dunga, adoram povoar suas onzenas com os tais cabeças-de-área, pra mim cabeças-de-bagre, enfeando nosso outrora bonito futebol. Bebeto e Romário ajudaram a ratificar essa escola, quando quase sozinhos, ganharam a copa de 1994, decidida nos pênaltys, parecendo que aquela fórmula com Dunga levantando o troféu, era a mais eficiente. Ainda bem que Rivaldo e Ronaldo nos devolveram em parte alguma coisa do futebol arte, na Copa de 2002, mas a humilhação por qual passou o mitológico Santos, agora de Neymar e Paulo Henrique Ganso nos deu o diagnóstico do quanto regredimos taticamente e o quanto evoluiu a escola Coordenada por um tal Johan Cruijff. Dunga(quanta responsabilidade) deverá arcar com sua imagem, a responsabilidade pelo futebol feio que implantaram no Brasil. A marca “Dunga” ou “era Dunga” precisa ser extirpada para não mais ser repassada para outras gerações. A “era Dunga” que poderia ser “era retranca”, “era Parreira”, “era Amaral”, “era Julio Baptista” e uma porção seguidores dessa escola que acabou com pontas, laterais, centro-avantes e o craque “10”... e o Santos ainda é o melhor do Brasil por conta da dupla moicana/come-quieto. Imaginem os times de Roth, Cuca, Leão, Mano e etc... saudades de Telê e o então aquiescente Zagallo de 1970, que aceitou povoar a seleção do tri com uma porção de “camisa 10” dos diversos clubes brasileiros, como: Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé e Rivelino e de quebra, um Piazza e Clodoaldo, diminuindo os zagueiros e liberando Carlos Alberto pela lateral direita. Será que nos dias de hoje e talvez mais atletas do que naquela época da “lei de Gerson”, que podia ser também “lei de Sócrates” anos mais tarde, o desenho tático de nosso futebol é o implantado pelo Super-Barça? Na minha modesta opinião, Cruijff e Guardiola, puseram num liquidificador as seleções brasileiras de 1958, 1962, 1970 e 1982, aperfeiçoaram com uma boa pitada da holandesa de 1974 e obtiveram esse magnífico BARCELONA que vimos no último dia 18/12/2011, diretamente do Japão. O abalo foi tão grande, que na transmissão da TV Globo, numa intervenção de seu comentarista Caio Ribeiro, ele claramente sugeriu ao narrador Cleber Machado, que “beliscando”(batendo mesmo) era a única maneira do Santos parar os catalães... nitidamente o miolo de Caio fervera naquele momento, e seus neurônios estavam desordenados como o time santista e brasileiro. Nesse momento me senti lesado, pois como patriota tive a sensação que roubaram ou entregaram nosso futebol para a Europa e em contra-partida, vi no alvinegro praiano a síntese do que os homens das pranchetas transformaram o futebol canarinho, salvo algumas individualidades: mediocridade!

domingo, 25 de setembro de 2011