A BATALHA DO SOUZA
O município de Capitão Poço foi desmembrado de Ourém, partindo nosso município no meio, em 1961. O município novo fora criado por bravos nordestinos, arigós, que com muito entrega desenvolveram rapidamente sua cidade e ainda com sotaque nordestino sacaneavam os nativos de Ourém e uma grande rivalidade nasceu ali.
Nessa época não havia ponte sobre o rio Guamá para ligar os dois municípios e a travessia era feita numa balsa, puxada na corda. Os confrontos no futebol eram os melhores momentos para exercitar essa rivalidade.
Certa vez, no campo do Souza, local onde hoje está a Escola Padre Antonio Vieira, jogavam Atlântico de Ourém e Comercial de Capitão Poço e os “cabras-da-peste” começaram um porradal e os ouremenses foram recuando com a idéia de surpreender os poçenses na hora da balsa(travessia).
Estava tudo combinado, o caminhão pau-de-arara embarca na balsa cheio de "cabeça chata"(como eram chamados os nordestinos) e na hora que está no meio do rio , foi dada a ordem para atirarem as pedras, e Ronaldo, aquele do cineminha, conseguiu arremessar uma pedra enorme no meio dos embarcados, já era noite e um grito de dor ecoou rio abaixo e depois de acenderem as lanternas, estava estatelado no chão da balsa, todo ensangüentado, o balseiro seu Geraldo, o único de Ourém naquela travessia...
O HÍMEN DA CESTA
Corriam os anos 1990 e a rivalidade entre as duas cidades diminuía, mas Capitão Poço sempre mais próspero, construiu um ginásio com quadras polivalentes. Para sua inauguração e para selar a paz, os poçenses convidam para inaugurar a quadra de basquete, o bom time de Ourém. O basquetebol sempre foi um esporte conhecido por placares que se aproximam de 100 pontos para cada lado, mas naquele dia solene, e depois de dezenas e dezenas de tentativas, e após todos os tempos e paradas necessárias, o placar não saiu do zero. Isso mesmo! Uma partida de basquete empatada em zero para Capitão Poço e zero para Ourém. Foi uma desolação total no novo ginásio e a razão só foi explicada quando alguém subiu num cavalete, e colocou a bola no aro e ao notar que não passava, descobriu-se que aquela bola era maior que as cestas das duas tabelas... A rivalidade não tem mais vencedor hehehehe...
Arlindo Matos(23/03/2011)
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