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domingo, 20 de março de 2011

O Diabo de Ourém


Alguém Já ouviu falar no Diabo de Ourém? Na verdade é uma história de 150 anos atrás. Tudo verdade e estudado:No quatriênio 1.857-1.860, foram empossados para governar Ourém, os vereadores: Antonio Fernandes Ribeiro, João Lopes da Cunha, Antonio Roiz Chaves, Joaquim José Lopes, José da Silva e Souza, Martinho dos Santos Martyres, e Clarindo Roiz da Silva, como suplente. Foi nesse período de governo que a personagem Santa Maria Martyr, incorporada pela escrava Martinha, pertencente ao casal de Antonio José de Souza. Segundo relatos da época, não passou de uma farsa, mas foi suficiente para desassossegar a vila e merecer intervenção da polícia da Capital.

Teria ela, a escrava Martinha, ou Santa Maria Martyr, a ajuda do aventureiro português conhecido por Elias, que desempenhava o papel do Diabo, sendo apelidado de Diabo de Ourém, nesse episódio teatral.
Depois de se instalar na igreja matriz, passou a predizer o futuro, a fazer “milagres”, receber espíritos, exigir preces, arrastada pelo “Diabo” influenciando o povo à cometer extravagâncias, dominando as autoridades, exumando mortos, controlando até a entrada e saída da vila.
Entre outras coisas do gênero, o “Diabo” convenceu o povo de que estava mesmo possuído, sofrendo opressões demoníacas e a “santa” mandou açoitar com varas de São Tomé, o cadáver de uma tal Maria do Nascimento, com a finalidade de sua alma chegar no Céu.
Foi preciso a intervenção enérgica do chefe de polícia, Dr. Olyntho José Meira, que motivado pela vinda da Capital, do padre Ismael Manito, prendendo a “santa” e chamando à ordem os fanáticos.
Consta ainda sobre esses fatos, estudos da professora Maria Luiza Tucci Carneiro, da Universidade de São Paulo (USP), que revelam a existência de processos de exorcismo incriminando o padre José Maria Fernandes, vigário de Ourém na época.
A história conta que o padre José Maria Fernandes, pretendia salvar a escrava Martinha, que estaria possuída pelo demônio. Insuflados pelo vigário, cerca de dois mil fiéis lotavam diariamente a paróquia de Ourém, para orarem na intenção de afastar o diabo da escrava. No processo, Martinha foi convocada à depor, e disse que “sentia o corpo queimar”, e que estava “sendo devorada pelo fogo”.
Habitantes de Ourém da época descreveram nos processos, que o diabo era “de cor preta e cheiro de enxofre” tendo “aspecto hediondo e se exprime em grego e latim”. E movidos pelo medo aos feitiços, grupos de fiéis chegaram a organizar procissões noturnas aos cemitérios, onde abriam os caixões e oravam pelas almas dos mortos. (Arlindo Matos-Oureana de Além-Mar, Ourém terra de Moura 02/07/2007)

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